A competitividade é uma faca de dois gumes. Se por um lado ela nos motiva a ter vontade de ser cada vez melhor, por outro, ela pode nos consumir, nos fazendo valorizar apenas a vitória. Isso vale para adultos e para os pequenos também. Mas, afinal, enquanto pais e educadores, como saber até que ponto incentivar a competitividade é bom para crianças?
A competitividade na infância
A infância é o momento em que descobrimos e conhecemos o mundo e a nós mesmos. É quando construímos nossa identidade e, para isso, muitas vezes, precisamos nos reafirmar perante os amigos, colegas de sala e até mesmo a própria família.
Os pequenos querem ser o primeiro da fila, o mais alto da turma, o melhor aluno. Querem se destacar nas brincadeiras e atividades, querem ser o escolhido pela professora – seja lá para o que for… Ou seja, querem ser os melhores em tudo.
No entanto, embora esse seja um processo natural na infância, é importante que pais e educadores se atentem para que a competitividade não se torne algo negativo na vida das crianças.
Quando a competitividade deixa de ser saudável
Uma coisa é se motivar e ganhar confiança para conseguir algo, outra é querer ou se achar melhor do que os outros e não saber perder. É aí que está o limite entre a competitividade saudável e a competitividade tóxica.
Se a criança quer ser melhor independente de qualquer coisa e se frustra toda vez que não consegue, é importante que pais e educadores trabalhem isso com ela.
Vencer é bom, todos gostam quando atingem suas metas e conquistas. No entanto, quando a competitividade é exagerada e desconsidera o outro, passando por cima da cooperação, da empatia e da solidariedade, ela se torna algo negativo, tanto para a pessoa competitiva, quanto para os que estão à sua volta.
Mas como pais e educadores podem lidar com isso?
Nas escolas, é interessante que os professores não criem espaços focados em estimular a competitividade. Ainda que haja competição, é importante que valores como cooperação e respeito estejam sempre em primeiro lugar. Comparar notas, desvalorizar aqueles que não vão tão bem nas disciplinas ou colocar como objetivo das atividades sempre ter um vencedor ou um melhor que o outro, pode incentivar uma competitividade tóxica que tem o efeito contrário à motivação, desestimulando os pequenos e colocando-os uns contra os outros, impactando em sua autoconfiança e autoestima.
Para os pais, é importante evitar cobranças excessivas e desmedidas. Afinal, nem sempre o resultado é o mais importante. Comparar o filho a outras crianças também pode, ao invés de motivar, deixá-lo inseguro. Transferir seus desejos e expectativas para a criança pode ser prejudicial. Se o seu pequeno está participando de uma competição é importante apoiá-lo, mas não valorizar ou incentivar a vitória acima de tudo.
Afinal, em competições, o aprendizado vai muito além de quem ganha ou quem perde, e ensinar isso à criança é fundamental para uma relação saudável com a competitividade. E, aliás, em diversos casos, o “perdedor” é alguém que se esforçou e se envolveu tanto quanto – ou até mais – do que aquele que chegou primeiro ou conseguiu o melhor resultado. Por isso, é tão importante que nós, adultos, saibamos disso para ensinar aos pequenos desde cedo que o espírito de equipe e de cooperação sempre deve prevalecer e que os esforços de todos devem ser sempre valorizados, independente do resultado final.
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