Personagens birrentos são um mau exemplo para as crianças?

Você conhece personagens birrentos. Se você tem filho e está ligado ao que ele assiste já deve ter ouvido falar de Masha e o Urso. No desenho, disponível no PlayKids App, a menina Masha desobedece o tempo inteiro seu amigo Urso. Ela suja mil vezes a roupa e faz a maior bagunça por onde passa. E aí vem a pergunta: será que meu filho vai imitar seu comportamento? Será que devo proibir que ele assista?

Se esquivar ou negligenciar a existência desse tipo de comportamento não será melhor nem pior para a criança. Isso apenas tira a oportunidade dela refletir sobre essas condutas. Com esse contato, a criança pode pensar se gosta de quando a personagem age de certa forma ou se prefere quando a personagem não faz birra ou é mal educada.

Se enxergar no outro dá a possibilidade da criança pensar sobre si mesma e sobre as consequências de cada uma de suas escolhas.

Mas ela não vai aprender coisas “erradas”?

Expressões contidas em desenhos, livros ou jogos não garantem que a criança vá replicar ou não o que viu – tudo depende da mediação. Somos capazes de julgar adequada ou não uma mídia de acordo com nossas crenças, e temos total liberdade para isso. Mas condenar um conteúdo por conter expressões que não aprovamos não evita que a criança se comporte da mesma forma. Aliás, o fato dela ver determinados tipos de comportamento pode ter efeito contrário, e evitar que ela faça aquilo. O importante é a criança ser guiada pelo diálogo e, claro, pelo exemplo dado pelos tutores (pais e cuidadores).

Esses personagens birrentos trazem algum tipo de benefício para a educação?

Filtrar e excluir conteúdos com personagens birrentos vai de encontro à boa educação. É, até certo ponto, uma tentativa de tentar poupar as crianças de exemplos negativos que possam influenciá-las. Só que, visto de uma outra perspectiva, esses mesmos desenhos podem servir como estímulo à uma reflexão e ao diálogo. “É justamente rindo, perguntando e refletindo sobre o que se assistiu que será possível entender a complexidade de cada comportamento; e o diálogo sobre o certo e errado se tornará possível”, afirma Cynthia Spaggiari, coordenadora da Equipe de Curadoria da Leiturinha.

Então, podemos deixar as crianças livres em frente à TV ou tablet?

Não. Como todo tipo de produto destinado ao público infantil, é preciso que confiemos no que as crianças irão assistir. A recomendação é que os pais fiquem sempre atentos aos conteúdos acessados e evitem, principalmente, desenhos “falsos” que fazem uso de personagens conhecidos para criar histórias nada educativas. Para que a criança tenha acesso a desenhos com personagens variados, originais e com a função educativa, é necessário procurar plataformas, canais, e editoras com conteúdos adequados. A partir desse filtro, é mais fácil que essa relação seja saudável como pode e deve ser. 

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