Desenvolvimento da fala: o que é verdade e o que é mito?
Quando se trata de qualquer assunto ligado ao desenvolvimento infantil sabemos que o que não faltam são dúvidas, medos e questionamentos por parte dos pais. Além disso, temos aquela mania – diga-se de passagem, nada produtiva – de comparar nossos pequenos com outros bebês da mesma faixa etária. Mas afinal, como saber se está tudo dentro do tempo normal? Quando saber que é a hora de procurar ajuda de um profissional especializado? Separamos aqui 4 mitos sobre o desenvolvimento da fala. Confira:
1. Com dois anos e meio é normal a criança ainda não falar
É claro que cada criança tem um desenvolvimento único e que existem diferenças de tempo para começarem a andar, comer e falar. Mas se você já identificou que existe um atraso, esperar demais para procurar um tratamento pode deixar com que a criança desenvolva uma alteração importante. Com um ano e meio já é esperado que o bebê fale palavras como mamãe e papai, e já junte algumas palavras. Se até os dois anos o pequeno não estiver falando as primeiras palavrinhas inteiras, juntando duas palavras como “mamãe quer”, já é indício de que existe um atraso. Às vezes, quando esperamos muito, a criança vai fixando a dificuldade enquanto seria possível fazer uma intervenção muito antes, com um tratamento bem mais curto.
2. Não falar o R ou falar errado é normal até os cinco anos
Existe uma tabela que indica o que é esperado para cada idade no desenvolvimento da fala. Sabemos que existem alterações e que nem todas as crianças vão desenvolver a linguagem exatamente da maneira como está descrito na tabela, mas é importante ficar atento se, pelo menos, o pequeno está chegando na fase máxima esperada e ainda não chegou perto de emitir aquele som. Por exemplo, o som do R é esperado até quatro anos e meio. Se por volta dos quatro anos ainda não saiu nada nem parecido com R, já dá para procurar um profissional e começar o tratamento, porque se ainda está longe de sair, as chances disso acontecer são muito baixas. Quanto mais a criança demora e enraíza o modelo, o tratamento vai ficando mais difícil, porque temos dois trabalhos: de desconstruir para depois construir a maneira correta.
3. A linguinha presa do bebê não interfere na fala
Pode atrapalhar sim. A linguinha presa do bebê, na maioria dos casos, causa a língua presa na fala porque gera uma distorção em todos os sons que são necessários levantar a língua e a criança não consegue sustentar, principalmente no R que é preciso levantar e depois vibrar. Se o pequeno tem a língua presa, mas nunca apresentou maiores problemas por conta disso na amamentação e introdução alimentar é importante acompanhar o desenvolvimento da fala com um profissional de fonoaudiologia. Em alguns casos, a criança, por não conseguir produzir o som de determinada maneira, aprende e automatiza de uma forma distorcida e isso deixa o tratamento muito mais difícil.
4. Nariz entupido e muita secreção só interferem na respiração do bebê
Interfere na fala também e pode trazer grandes problemas. Muita secreção pode abaular o tubo auditivo e a mucosa, causando um rebaixamento auditivo justamente no período em que o processamento auditivo é estimulado. Então, em alguns casos, pode acontecer desse estímulo não acontecer corretamente e ter consequências na fala depois, principalmente em trocas de sonoridade como p b, t d, fã vã.
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