Geralmente quando nos tornamos pais é bastante comum procurarmos uma rede de apoio para nos auxiliar nos momentos de maior dificuldade. Uma das redes de apoio mais próximas que existe são os avós da criança, ou seja, nossos pais. Em muitos casos, quando o bebê é pequeno é a avó quem dá o suporte inicial até a recém-mãe se ambientar com a nova rotina. Mas como lidar com avós que interferem na criação dos nossos filhos?
Afinal, nem tudo são flores nesse relacionamento. É muito comum termos desacordos sobre a forma como educamos nossos filhos e a forma como nossos pais se relacionam com eles. Sabe aquela máxima “avó e avô deixam o neto fazer tudo”? Era isso que eu tinha medo. Então, quando Rafael nasceu até quase os dois anos de idade ele não ficava sozinho com meus pais, eu sempre estava junto. Queria que ele tivesse uma alimentação sem açúcar, tinha medo que ele se machucasse, entre outras preocupações. Porém, a partir dos dois anos ele começou a ficar sozinho com meus pais em alguns períodos e sempre quando voltava para casa, me contava algumas coisas. Sabe quando questionam a forma como você educa seu filho e isso te incomoda profundamente? Quando você se preocupa em ajudar a criança a lidar com as suas emoções de uma forma positiva e seus pais olham pra ele e dizem: “deixa de ser manhoso menino, nem doeu”. Ou quando você deixa claro que não dá doce antes do almoço, mas quando você vê a criança está comendo um chocolate. E aí já vem briga, discussão e tudo mais. Tenho certeza que, em algum momento da sua jornada como mãe ou como pai, se os avós do seu filho são vivos, você já passou por isso.
Como equilibrar a relação entre nossos filhos e nossos pais?
Acontece que são essas pequenas coisas que acabam abalando não apenas nossa relação com nosso filho, mas também com nossos pais. Não existe manual de instruções sobre como se relacionar melhor com nossos pais, mas algumas dicas podem ajudar nessa jornada.
1. Lembre-se sempre que seus pais fizeram o melhor que puderam com aquilo que conheciam no que diz respeito à sua educação.
2. Converse com seus pais sobre quais são as regras principais e as regras secundárias na educação do seu filho. Regras principais são aquelas que você considera essencial para formar o caráter da criança (por exemplo, tratar com respeito às pessoas). Já as regras secundárias são aquelas que podem ser negociadas (por exemplo, que roupa usar, que horas tomar banho…). Negocie com eles aquilo que você não está disposto a abrir mão.
3. Permita que seu filho seja neto ao lado dos seus pais. Neto se comporta diferente de filho, tenha isso em mente. Assim como você quando está sendo filho ou filha e quando esta sendo mãe, pai.
4. Se seus pais não morarem com seu filho, provavelmente o verão de vez em quando. Então se ele ficar um dia sem escovar os dentes ou comer chocolate antes do almoço, está tudo bem. Isso não irá abalar a rotina de vocês. Deixe claro para a criança que na casa de vocês isso não irá acontecer.
5. Seja claro e específico na sua comunicação, tanto com seus pais quanto com seus filhos. Os maiores conflitos acontecem porque a comunicação não é clara e específica o suficiente. Diga o que você espera de cada um deles e saiba ouvir o que cada um deles espera de você.
6. Seus pais não estarão nesse mundo para sempre. Aproveite os momentos que tiverem juntos para trocarem experiências e afeto. Permita que seu filho viva essa experiência de ser neto.
Ser avó é revisar a maternidade de uma forma mais leve
Eu gosto muito de uma frase que ouvi certo dia: ser avó é revisar a maternidade de uma forma mais leve. Eu olho para minha mãe com meu filho e isso faz muito sentido. Não tenho memórias com ela brincando comigo quando criança. Ela trabalhava tanto que acabou não tendo tempo para brincar. Ver ela fazendo isso com meu filho e a forma como ela se realiza, me faz ter certeza que isso é importante para ela. Todos nós temos jeitos diferentes de educar, mas quando colocamos o respeito acima de tudo, sempre damos um jeito.
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