O momento da escolha da escola dos filhos é sempre permeado de dúvidas e incertezas. Cada detalhe importa para que os pais se sintam mais confiantes. E, consequentemente, transmitam segurança e tranquilidade para a criança. Por isso, mais do que pensar na estrutura, na carga horária e na localização, é importante que a família encontre uma escola que atenda também às suas expectativas. Seja em relação a forma de ver o mundo, ou ao que procuram para a formação do filho.
Assim, estar alinhado aos valores e à metodologia da escola importa bastante neste momento. Para auxiliar pais que estejam ainda em dúvida sobre qual a melhor opção para seu pequeno, reunimos sete das principais linhas pedagógicas adotadas nas escolas brasileiras. Dessa forma, vocês poderão entender melhor as diferenças entre cada uma delas. E escolher uma escola que adote aquela ideologia que se adequa melhor ao que você espera para a educação do seu pequeno. Confira:
1. Tradicional
Também conhecida como “conteudista”. A linha tradicional teve início no século XVIII, com o objetivo de universalizar o conhecimento, e ainda hoje é a mais popular nas escolas brasileiras. Com foco principal na transmissão de conteúdo, essa linha busca principalmente preparar o aluno para o vestibular ao final do Ensino Médio.
Assim, o professor assume um papel de transmissor de conhecimento, com aulas majoritariamente expositivas e uniformizadas. Os alunos são avaliados periodicamente com provas escritas sobre os conteúdos passados durante as aulas. Quando não alcançam a pontuação mínima, são reprovados e precisam repetir a disciplina ou a série.
2. Comportamentalista
Bastante atrelada à tradicional. A linha comportamentalista, como o próprio nome diz, tem como objetivo que os alunos adquiram comportamentos desejados, moldados de acordo com necessidades sociais determinadas. Assim, o ensino é bem planejado, com materiais instrucionais programados. O professor é o responsável por transmitir conhecimento e controlar o tempo e as respostas dos estudantes. Tudo por meio de feedbacks constantes. A avaliação é realizada com provas e os resultados são recompensados.
3. Construtivista
Diferentemente das duas acima, na linha construtivista os alunos têm papel ativo em sua aprendizagem, construindo seu conhecimento – daí vem o nome. Aqui os professores têm muito mais um papel de mediadores do que de detentores do conhecimento.
Para além dos conteúdos, essa linha busca estimular a autonomia das crianças. Proporcionando o conhecimento através da formulação de hipóteses e resolução de problemas. A metodologia vai além das aulas expositivas. Explora elementos artísticos, por exemplo. A ideia principal dessa abordagem é que as crianças aprendam coisas novas a partir do que elas já sabem e conhecem.
4. Democrática
Contrária à linha tradicional, aqui o aluno é a figura central do aprendizado. Ele pode inclusive escolher as formas como deseja aprender os conteúdos necessários à sua formação, sem um cronograma padrão. Na linha democrática, o professor tem um papel de facilitador. Junto com alunos, pais e demais funcionários da escola, ele tem direito à participação na instituição. Por meio de assembleias e reuniões que envolvem toda a comunidade escolar em suas decisões.
Baseada na inglesa Escola Summerhill, surgida em 1920, essa abordagem busca abolir as provas. As avaliações são por participação e trabalhos, que podem ser escritos ou artísticos, por exemplo. O foco aqui é a liberdade de escolha dos alunos.
5. Montessoriana
Desenvolvido pela médica e educadora italiana Maria Montessori, no início do século XX, a linha montessoriana propõe que os alunos se descubram e aprendam através da experiência prática e da observação. Respeitando sempre o ritmo de cada um. Assim, o educador tem o papel de guiar, orientar e propor atividades motoras e sensoriais, removendo obstáculos ao aprendizado.
As salas de aula têm até 20 alunos e podem ser organizadas por série, como na tradicional, ou por ciclos, com crianças de diferentes idades na mesma turma. Diversos materiais de estímulo ficam dispostos pela sala. É a criança quem escolhe o que irá fazer no dia. No entanto, é necessário cumprir os módulos obrigatórios para avançar os estudos. O foco aqui é a responsabilidade pelo aprendizado.
6. Waldorf
Criada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, em 1919, a linha Waldorf considera o aluno em seu todo: corpo, alma e espírito. Os ciclos são definidos de sete em sete anos: de 0 a 7, de 7 a 14 e de 14 a 21 anos de idade. Para cada uma dessas etapas, os alunos têm um tutor fixo que os avalia, basicamente, por meio de anotações que faz durante as aulas. Também não se repete ciclo, uma vez que a abordagem leva em conta, principalmente, o tempo biológico de cada estudante.
A alfabetização é iniciada apenas no segundo ciclo, após as crianças completarem 7 anos. No primeiro ciclo o foco é o desenvolvimento integral da primeira infância, com ênfase em artes e trabalhos manuais e corporais. A imaginação é estimulada através de brinquedos simples e pouco estruturados, e a participação ativa da família é fundamental.
7. Freiriana
Baseada nas ideias do educador brasileiro Paulo Freire, a linha freiriana é voltada para o processo de alfabetização e considera os aspectos sociais, culturais e humanos de cada aluno. Por isso, a criança tem papel fundamental no processo de aprendizagem, tendo que ser sempre ouvida, para que o professor encontre a melhor maneira de ajudá-la a ganhar confiança e compreender o mundo através do conhecimento. Essa abordagem vê a educação como uma forma de libertar e mudar as pessoas e, consequentemente, mudar o mundo. Princípios como bom senso, humildade, respeito, tolerância e curiosidade são defendidos pela linha Freiriana.
E aí? Qual dessas linhas pedagógicas condiz mais com a educação que você espera para o seu pequeno? Conte aqui nos comentários para a gente!
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